Ralstonia solanacearum

QUEM O CAUSA?

Ralstonia solanacearum é uma bactéria fitopatogênica de grande importância agrícola devido à sua capacidade de causar murcha bacteriana em uma ampla gama de culturas. É um organismo do solo que persiste em restos vegetais, rizosfera e fontes de água contaminadas. Sua penetração na planta ocorre principalmente através de feridas nas raízes ou através de aberturas naturais, como estômatos e lenticelas. Uma vez no sistema vascular, coloniza o xilema e se multiplica, obstruindo os vasos e desencadeando sintomas de murcha. Produz exopolissacarídeos que contribuem para a oclusão dos tecidos vasculares, impedindo o fluxo de água e nutrientes. Sua dispersão no hospedeiro ocorre pelo movimento ascendente da seiva, permitindo que ela alcance caules e folhas. Além disso, esta bactéria apresenta grande variabilidade genética, com múltiplas raças e biovares adaptadas a diferentes condições ambientais e hospedeiros. A sua persistência no solo pode prolongar-se por vários anos na ausência de cultivo, graças à sua capacidade de sobreviver nas raízes das ervas daninhas e nos biofilmes das fontes de água.

SINTOMAS

Nas bananeiras, Ralstonia solanacearum causa a doença conhecida como moko ou maduroviche, uma das mais devastadoras para esta cultura. A infecção começa nas raízes e se espalha rapidamente pelo sistema vascular, afetando o fluxo de água e nutrientes. As plantas doentes apresentam murcha progressiva que se inicia nas folhas inferiores e se estende até a parte superior, acompanhada de necrose nos pecíolos e exsudatos bacterianos nos vasos condutores. À medida que a doença progride, são observadas alterações internas e externas na planta, o que compromete seriamente a produção e a qualidade do fruto.

- Murcha irreversível das folhas, que começa nas margens e avança em direção ao centro.
- Amarelecimento das folhas inferiores, seguido do seu colapso.
- Lesões necróticas nos pecíolos e pseudocaule.
- Exsudados bacterianos nos cortes dos tecidos afetados.
- Fácil desprendimento das folhas devido à destruição interna dos tecidos.
- Nas frutas, aparecimento de manchas escuras e polpa com aspecto aguado.
- Mau cheiro na área afetada ao fazer cortes na planta.